terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Memórias de um Sargento de Milícias

Eu Recomendo - Dica de um Livro Muito Bom
Para que os jovens leiam é necessário que a leitura seja atrativa para eles. Recomendo aqui um Romance de Manuel Antônio de Almeida, cujo enredo supera as expecitativas de qualquer leigo (como já aconteceu comigo) que julga um livro pela capa (ou pelo título). Memórias de um Sargento de Milícias foi publicado como livro em 1854, dentro do Romantismo, porém sem todas as características de tal escola literária. É considerado uma Obra Excêntrica. Eis aqui dois trechos para atrair você leitor:



I Trecho




“Depois de mais algumas palavras trocadas entre os dois, D. Maria chamou por sua sobrinha, e esta apareceu. Leonardo lançou-lhe os olhos, e a custo conteve o riso. Era a sobrinha de D. Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida: andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a testa e olhos, como uma viseira. Trajava nesse dia um vestido de chita roxa muito comprido, quase sem roda, e de cintura muito curta; tinha ao pescoço um lenço encarnado de Alcobaça.
Por mais que o compadre a questionasse, apenas murmurou algumas frases ininteligíveis com voz rouca e sumida. Mal a deixaram livre, desapareceu sem olhar pra ninguém. Vendo-a ir-se, Leonardo tornou a rir-se interiormente.
Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho á sua vontade. O padrinho o indagou a causa da sua hilaridade; respondeu-lhe que não se podia lembrar da menina sem rir-se.
--- Então lembras-te dela muito a miúdo, porque muito a miúdo te ris.
Leonardo viu que esta observação era verdadeira.
Durante alguns dias umas poucas de vezes falou na sobrinha da D. Maria; e apenas o padrinho lhe anunciou que teriam de fazer a visita do costume, sem saber por que, pulou de contente e, ao contrário dos outros dias, foi o primeiro a vestir-se e a dar-se por pronto.
Saíram e encaminharam-se para o seu destino.”






II Trecho




“Aos foguetes seguiram-se, como sabem os leitores, as rodas. Nesta ocasião o êxtase da menina passou a frenesi; aplaudia com entusiasmo, erguia o pescoço por cima das cabeças da multidão, tinha desejos de ter duas ou três varas de comprido para ver tudo ao seu gosto. Sem saber como, unia-se ao Leonardo, firmava-se com as mãos sobre os seus ombros para se poder sustentar mais tempo nas pontas dos pés, falava-lhe e comunicava-lhe a sua admiração! O contentamento acabou por familiarizá-la completamente com ele. Quando se atacou a lua, a sua admiração foi tão grande que, querendo firmar-se nos ombros de Leonardo, deu-lhe quase um abraço pelas costas. O Leonardo estremeceu por dentro, e pediu ao céu que a lua fosse eterna; virando o rosto viu sobre os seus ombros aquela cabeça de menina iluminada pelo clarão pálido do misto que ardia, e ficou também por sua vez extasiado; pareceu-lhe então o rosto mais lindo que jamais vira, e admirou-se profundamente de que tivesse podido alguma vez rir-se dela e achá-la feia.”




Agora é só visitar uma biblioteca e conferir o resto do romance!!



Bjos...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Não Espere


Não espere um sorriso para ser gentil
Não espere ser amado para amar
Não espere ficar sozinho para valorizar quem está ao seu lado
Não espere ficar de luto para reconhecer pessoas importantes pra você
Não espere o melhor emprego para trabalhar
Não espere a queda para lembrar do conselho
Não espere a enfermidade para perceber a fragilidade da vida
Não espere pessoas perfeitas para então se apaixonar
Não espere a mágoa para pedir perdão
Não espere a separação para buscar a reconciliação
Não espere a dor para acreditar em oração
Não espere elogios para acreditar em si mesmo
Não espere a iniciativa alheia se o você foi o culpado
Não espere ouvir 'eu te amo' pra dizer 'eu também'
Não espere o dia da sua morte para começar a amar a vida...

E então? O que vc está esperando?

Bjos...